sexta-feira, 5 de junho de 2009

Aquele flagra no boteco-pub

DE BAR EM BAR - Mud Bug


O Mud Bug é um boteco-pub que existe desde 2003 (há um novo na rua Rodolfo Dantas), num trecho relativamente calmo da Paula Freitas, apesar da proximidade da Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Foi possível pegar uma mesa de cara para o gol, ou melhor, de cara para a rua. De cara para o gol, aliás, é de qualquer lugar da casa. São várias TVs passando ininterruptamente o futebol. Graças ao bom Deus (e ao Sportv e ao ESPN), aqui você, irmão amante do futebol, estará bem servido (ainda que torcer em público, hoje em dia, possa até – neuroticamente – dar em tiro. Mas, de qualquer forma, o jogo que passa agora é um jogo sem times cariocas pela Taça Libertadores).

Nas paredes cobertas de madeira há alguns pôsteres de cerveja, e ainda mais: quadros – quadros de palhaço, de um casal estilizado na mesa do bar, de um lagarto enorme – e reproduções de instrumentos musicais. Tudo isso dá o tom do lugar. Sento-me na parte interna, quase no limite com a calçada, e fico encostado numa pilastra. As mesas são redondas de madeira e os bancos revestidos de couro. Não há muito espaço, mas é tudo bem aproveitado, as mesas são coladas. Na decoração, há também um gravador de rolo (a tecnologia pode avançar rumo ao infinito, mas nada é tão belo quanto um gravador de rolo). Um som alto ecoa.

No cardápio, há uma variação bem razoável de cervejas long neck (Stella Artois, Brahma Extra, Devassa, Colorado, Guiness e outras). Mas decido ficar no chope da Brahma. O primeiro veio meio quente, apesar da descontração e simpatia do garçom. Quando peço o segundo, quem vem me atender agora é uma garçonete, uma mulata de óculos e peitos proeminentes. Pergunto-lhe se pode sair mais gelado. Ela diz que sim, que agora trocaram o barril. Sei. Não entendi bem, mas realmente do segundo em diante ficou melhor. Olho em volta; ao meu lado esquerdo, dois gringos, pai e filho, bebem chope escuro e comem asas de frango. À direita, dois casais de copacabanenses de praia bebem chope na jarra, que vem num balde com gelo (está aí uma coisa estranha, chope na jarra.).

Faltou falar sobre o jovem casal nos fundos. Quando cheguei, a menina estava sozinha. Depois de um tempo, ao voltar-lhe novamente os olhos, vejo-a acompanhada de um gringo no maior dos amassos. Bebiam uma cerveja atrás da outra, variando as marcas. Peço o hambúrguer da casa, muito bom, com queijo, alface, tomate, champignon e fritas. Eis que começa a chover violentamente. Os casais copacabanenses pedem outra jarra. De repente, ouço alguém me chamar. Era o gringo, que não era nada gringo. É o sobrinho de um amigo meu, irreconhecível. Pede-me para não botar seu nome na coluna “de jeito nenhum!”. E volta para os seus beijos e abraços proibidões. Já que vou ter que esperar a chuva passar, acabo, quem diria, pedindo também uma jarra à mulata de óculos e dos peitos, bem, você já sabe. Viva a mulata-tá-tá. Saúde e até a próxima.

PS: Está em andamento o segundo Comida di Buteco. Na disputa, 31 bares cujas criações são para se comer em êxtase e dar pleno orgulho ao carioca. Não perca.

Mud Bug – Rua Paula Freitas, 55-A, Copacabana (2235-6847)

2 comentários:

  1. se vc nunca viu uma jarra de chopp é sinal que vc e bem ignorante nos quesitos, bar,pubs e botequins ou vc n esta habituado a sair pela cidade do Rio! ja viu o chopp servdo na torre? bem, acho que n!
    xxx

    ResponderExcluir
  2. mopeju,

    Em nenhum lugar está escrito que nunca vi uma jarra de chope. O que disse é que acho "estranho" - o que é completamente diferente.
    Sobre não estar habituado a sair pelo Rio, não preciso nem responder. Quem acompanha a coluna, sabe.

    ResponderExcluir