sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Não tem Ted Boy, mas vale

DE BAR EM BAR - Xodó da Moça


Foi com muita alegria que, numa tarde modorrenta de segunda-feira, fui ao Leme encontrar um velho amigo. Combinamos de tomar uma cerveja e comer uma rabada no bar do Ted Boy Marino. Ted foi um ídolo para a molecada de algumas (muitas) décadas passadas. Ele era o mocinho do popular Telecatch Montilla, o louro com pinta de galã que ganhava todas as lutas (tinha também o Verdugo, a Múmia, o Fantomas...). E o meu amigo é o músico Luciano Maurício de Oliveira, o Luce.

Ousaria dizer, caro leitor, que Luce é um guitarrista incomum. Um dia ele poderá contar para seu filho Lui, de seis anos, e depois para os netos, que tocou, em momentos fundamentais, com três ícones do rock brasileiro – ou melhor, da música brasileira: Cazuza, Cássia Eller e Lobão. Não é pouca coisa. Como se não bastasse, Luce ainda tem um vozeirão black.

Depois dos cumprimentos emocionados, rumamos para o bar – e a conversa foi totalmente outra. Primeiro, erramos o botequim e fomos no do lado. Depois, já no pretenso local correto, segunda não era o dia de rabada. E, por fim, o tal bar, Xodó da Moça, não é mais do Ted Boy Marino, que o vendeu já faz um tempo. Que beleza... Sendo assim, o estabelecimento passaria a ser um pé-sujo normal. Bom, já que estávamos lá, melhor tomar uma cerveja. Mas qual não foi a minha surpresa ao constatar que tinha, além das marcas de praxe, Serra Malte e Therezópolis. Já ganhou ponto o Xodó da Moça.

Luce, que é da área, mas que, como se viu, não está atualizado quanto às atividades de compra e venda de botequins, me conta que nos finais de semana, o bar enche. Agora está quase vazio. A dona do Xodó da Moça coloca para nós umas cadeiras de plástico na calçada em frente ao balcão. Na impossibilidade de nos atracarmos com a rabada, perguntamos o que poderíamos comer. Angu à baiana? Não. Queijo prato? Não. Moela? Também não. Apesar de todas estas opções estarem apregoadas em cartazes espalhados pela casa, a dona nos explica que “quase tudo acabou”, inclusive o frango com quiabo e o prato do dia. As compras só serão feitas amanhã. Mas poderia sair um sanduíche de carne assada. Decidimos deixar para depois.

- Reparei que você deu uma envelhecida, hein, rapaz... – disse o meu querido amigo desde os tempos de Colégio Andrews.

Pois é. Intimidade dá nisso. Luce me conta que atualmente, além de estar tocando na banda de Arnaldo Brandão, prepara um show solo, chamado Gala Rara Guanabara. Já ouvi parte do trabalho no myspace e tem tudo para dar certo. Pedimos a carne assada aperitivo. Veio assim, assim. Mas considero que ter vindo ao Xodó foi uma experiência transcendente. Por dois motivos: também estava lá o Nelson Rodrigues Filho, com sua longa barba de profeta. Tive vontade de lhe dizer que sou fã incondicional de seu pai, mas fiquei tímido. O segundo: em frente ao balcão, reina deitado um cachorro vira-lata, o Miojo. No melhor lugar, há um colchãozinho, uma tigela com água e outra para comida. Saí de casa para conhecer o boteco do Ted Boy e conheci o bar do Miojo. Saúde e até a próxima.

Xodó da Moça – Rua Gustavo Sampaio 410, Leme (2295-0674)

3 comentários:

  1. aaaaah.... tava tão entusiasmada pra conhecer o bar do Ted Boy Marino....
    Fui completamente apaixonada por ele, naturalmente. ( aliás, a respeito de telecatch Montilla - uma vez conversando sobre isso, Fernanda Abreu me disse que teve uma babá que namorava o Verdugo. eles foram os pop stars daquela época! )

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  2. Maurinho agora meu filho de 11 anos assiste um telecatch num desses canais a cabo. É um baita sucesso nos USA.
    Já coloquei nos favoritos
    Abraço
    Daniel Homem de Carvalho

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  3. O novo dono, Jorge, vive bebado, ameaça os clientes e ja chegou a cortar a orelha de um fregues. Basta perguntar

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