quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Balada da precária solidão

(para Sylvia)

Agora faltou luz
É como se caísse um braço
Ou se faltasse água.
Em casos como esse
Espera-se que sejam dez minutos
Mas já se vão duas horas e meia.
O computador estava ligado
O som, claro, permanecia ligado
(Escutava música clássica – Chopin
Por Nelson Freire. Sublime. Ideal para transcender)
A desconexão com as tomadas do mundo agora
É total
(Só não é total porque ainda há os
Telefones não elétricos).
Parece que o blecaute atingiu vários estados
E o Brasil não é tão moderno quanto parece.
Agora há vários solitários desesperados
Porque não podem ligar a TV.
As horas são baleadas
Sem que se possa fazer nada.
Escrevo à luz de velas.
Penso em minha mulher
Que agora mora noutra casa
E tenho achado melhor assim
- Agora nos amamos mais
Com a volta de algum mistério.
Essa falta de luz
(Já que não posso tê-la)
É dedicada a ela.

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