DE BAR EM BAR - Popeye
Como já havia tempo que não aparecia por aqui um convidado, volto a fazer uma coluna com um amigo de fé, irmão camarada. Dessa vez fui ao bar com o meu mui amigo Federico Bardini, de férias no Rio. Pegamos o metrô ao anoitecer na Siqueira Campos e saltamos com o céu desabando na recém-inaugurada estação de Ipanema. Iríamos a um quiosque na praia e tivemos de mudar os planos. Fomos então ao Popeye, pé-sujo clássico na Visconde Pirajá. Posso garantir, amigo leitor, que não foi em vão.
A casa já estava cheia. Na frente, encostada no balcão, a velha guarda, a galera que bate o ponto; nos fundos, a turma do trabalho, sentada em banquinhos; e no meio, em pé, dois gringos, eu e Federico. Aliás, três. Federico é argentino. Ou melhor: dois gringos e meio. Pois o editor de cinema, TV e vídeo Federico é metade carioca. Morou aqui muitos anos (onde foi coordenador do curso de cinema da faculdade Estácio de Sá), é casado com a bela carioca Aline, e tem um filho igualmente belo e brasileirinho, Geovani, com dois anos. Tudo isso, claro, não impede que tenhamos a rivalidade à flor da pele e altos embates sobre futebol.
Pedimos um chope para começar. Encostados na parede azulejada em azul-escuro do corredor, nem sabemos mais do tempo lá fora. O que sei é que na parte de cima da parede, pintada de amarelo, vêem-se imagens dos personagens do universo de Popeye: o próprio, Olívia Palito, Brutus e o bebê irmão de Olívia. Ao pedirmos o segundo chope, bate a fome. Eis os petiscos oferecidos num cartaz: churrasquinho, fritas, linguiça, moela, feijão amigo e sardinha. Mas reparo num freguês comendo um bolinho de bacalhau com o maior gosto. Peço um e Federico escolhe uma sardinha frita. Bem feitos e sequinhos, os dois petiscos estavam ótimos. Assim como o chope tirado pelo simpático Francisco. Mais dois, Chico.
Na enorme TV atrás do balcão o assunto também é futebol. Primeiro, uma matéria com Loco Abreu, uruguaio contratado pelo meu Botafogo, e que já jogou pelo River Plate, de Federico. Ele faz elogios ao jogador (“tem presença de área, é artilheiro”), mas acha que deve ficar pouco tempo (“No River ficou só seis meses e depois foi atrás de mais grana no México”). Bem, vamos ver. Só espero que o alvinegro, de tantas glórias, não dê continuidade ao processo de se apequenar, contentando-se mais uma vez em apenas não ser rebaixado.
Em seguida, como se estivesse combinado, surge na TV o célebre gol de mão de Maradona contra a Inglaterra, em 1986. Federico diz que o Brasil está muito forte hoje. Eu retruco que a Argentina veio mal nas eliminatórias, mas na Copa é um perigo e com Maradona, agora técnico, tudo pode acontecer. Falamos depois do tempo em que fomos vizinhos e também da viagem que fizemos a Cuba com outro amigo, o Pequinho. Bons tempos. Para comemorar, enfileiramos pastéis, porções de fritas e de provolone e algumas saideiras. Grande pé-sujo, o Popeye. Ainda fumamos pela noite um autêntico charuto Cohiba e demos um mergulho no mar. Tudo certo. E que na Copa de 2010 vença o melhor – o Brasil, claro. Saúde e até a próxima.
Popeye – Rua Visconde Pirajá, 181, Ipanema
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
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Ta ai um assunto que não me meto com os dois: futebol... Flamenguista sem vergonha que sou (por ser paulista), não me atrevo a provocar um botafoguense nato. Mas, quando o assunto é seleção, o Federico tem que engolir a seco. Abs! Cian
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