sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O meu momento Gisele Bündchen

DE BAR EM BAR - Pizzaria Guanabara


Outro dia tive meu momento Gisele Bündchen. Aliás, não só eu, como também o amigo e colunista vizinho Alexandre Lalas. Fomos fazer uma foto para a capa desta nossa Revista em pleno Baixo Leblon. Apresso-me em dizer que estávamos lá apenas para indicar um punhado de bares e lugares de vinho (desculpe, Lalas). Enfim, eu nem acreditei quando, no meio da tarde, adentrei a Pizzaria Guanabara e um miniestúdio havia sido montado para nos receber. Foi, sem dúvida, o meu ápice como modelo fotográfico.

A Pizzaria Guanabara é um bastião da boemia carioca, imune a modismos e horários. Se eu fosse dizer quantas madrugadas já passei por aqui, desde meus vinte e poucos anos, quando a rua parava e as pessoas ficavam bebendo na rua, mais ou menos como é hoje no Baixo Gávea, não vou conseguir. E provavelmente como alguns de vocês também não. (Hoje há também uma Guanabara na Lapa e na Barra, mas estou me referindo, naturalmente, à original).

A varanda está com duas ou três mesas ocupadas. Ainda é muito cedo para o movimento normal. Eu e Lalas ficamos na parte interna, absolutos, onde foi improvisado o cenário para a foto. Bem, vamos encurtar esta parte. Depois de umas duzentas fotos “não tão boas”, segundo o paciente Fernando Souza, o fotógrafo, e vários chopes e taças de vinho para que um simples brinde ficasse ao menos razoável, conseguimos finalizar. Ser canastrão dá muito trabalho.

Eis que surge no bar a jovem cantora Marília Bessy. Eu e Marília sentamos na varanda. Ela me conta que vai lançar disco com a produção de Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho, que também vai lançar CD em breve, o seu segundo (O Rodrigo vale uma coluna à parte: era um sujeito desgovernado quando bebia, capaz de fazer barbaridades de comédia pastelão, parou com tudo e hoje está bem assim, criativo e produzindo bastante – e, graças a Deus, não perdeu o humor).

Bebemos chope e comemos um couvert básico, com pão de queijo, picles, torrada, manteiga e azeitonas. Marília Bessy me conta detalhes do seu repertório, de como, envergonhada, conheceu Ney Matogrosso, dos elogios que recebeu. Marília é uma baixinha vulcânica. Já ouvi alguém dizer que será a nova Cássia Eller. Eu acho isso de uma injustiça cruel. Com a Cássia, obviamente, porque ela era fabulosa, uma artista incomparável. E com a Marília também, porque isso seria peso demais sobre sua cabeça. Melhor deixar Marília Bessy ser Marília Bessy.

- Eu nem ligo mais. Agora com a minissérie da Globo até a Maysa já disseram que tem a ver comigo.

A noite vai caindo e a Pizzaria começa a encher. Lembro das muitas noites em que dava uma passada rápida e comia um pedaço de pizza no balcão. Ou de quando comecei a vir aqui e sempre dividia um medalhão com arroz à piamontesa com meu amigo Ricardo Coelho, um natalense carioca. Eu e Marília pedimos uma pizza portuguesa, apesar de seus protestos por estar de regime. Mas ela não se arrependeu. A Pizzaria Guanabara continua sendo única. Até o dia amanhecer. Saúde e até a próxima.

Pizzaria Guanabara – Avenida Ataulfo de Paiva, 1.228, Leblon (2294-0797)

7 comentários:

  1. Mauro, adorei a coluna desta semana!!!!Aliás, gosto sempre. Muito bom mesmo. Concordo com tudo que você disse em relação a Guanabara, a pízza de portuguesa e, principalmente, em relação à cantora Marília Bessy...vulcânica....rsrsrsrsrsr
    Beijos!

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  2. Valeu, Patricia! Vamos agora aguardar o disco da Vulcânica... Continue acompanhando a coluna, publicada na Revista Programa e neste blog. Beijos, Mauro.

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  4. As pessoas sempre buscam referências... mas a verdade é que somos únicos!
    Estrelas tem luz própria e toda sua significância... e comparações limitam tanto de um lado quando do outro e é uma coisa realmente injusta. Contudo, jamais despercebidas!!!
    Então, viva o ti-ti-ti! rsrs
    E viva a diferença! E os que fazem a diferença!!!
    E viva a pizzaria Guanabara, que adoro!
    Viva a Grande Cássia Eller; o Rodrigo Santos Fera; a você Mauro Sta. Cecília BIG Poeta; viva Marília Bessy Explosive Girl, que já está dando o que falar! e por favor, deixem Marília Bessy ser MARÍLIA BESSY! rsrs (é muito melhor assim!)
    e VIVA você, que lê agora a coluna do Mauro e que sabe ser alguém também que faz a diferença!!!

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  5. Às vezes ainda encaro um pedaço de pizza na velha 'Guanabara', no final da noite o nível de exigência é baixo...a comida nunca foi grande coisa mas servia, e o glamour sobrava.
    Depois do fim do 'Real Astoria' o Baixo Leblon acabou, e agora a 'Guanabara' é pouco mais que um restaurante de bairro, e pizzas melhores há aos montes...
    abs

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  6. Tem toda razão, Marcelo. Minha crônica sobre a Guanabara tem quase dois anos e de lá pra cá a qualidade piorou bastante(a casa já foi até interditada pela vigilância sanitária). Saudades do velho Baixo. Abs

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  7. Mas a Casa tem história...começaram vendendo pizza em pedaços para os taxistas do ponto m frente (que está lá até hoje e não me deixa mentir...). Um certo Chico Recarey começou como garçom lá, depois comprou a Casa e tornou-se na época o 'Rei da noite' carioca - ninguém mais se lembra do cara, é cruel o tempo, né colega?
    Hoje só serve no fim de noite (já que fica aberta praticamente a noite toda), para quem mora por ali e para os nostálgicos em geral.
    abs

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