segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O paradoxo

Saída extrema da lucidez.
A revelação do quão difícil
Pode ser enxergar as coisas como
A vida não nos pede para viver.
Poço fundo.
Qual caminho levará
Para uma morte aprazível?
Onde estou agora não há
Merlins dourados.
A guerra e a paz de cada dia
Não me dão a necessária camisa
Para a coragem sinal verde.
Quero sim, mas engulo com dificuldade.
Hoje tenho dúvidas se a
Corda bamba me deixou
Uma pessoa menos apavorada.
Clarões de sangue explodem
Como o olhar pedinte de
Um cachorro fiel.
Sou um ser rasgado
Pela metade enquanto penso
Que ouço sir Paul McCartney
Cantar no ouvido que sou mãe e pai
De um sonho anacrônico.
Certamente poderia ser pior.

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