sexta-feira, 15 de abril de 2011

3 Dias de Havaí

Depois da crise,
o Havaí.
Depois do baque, do colapso
de toda a merda
Da expectativa realista de vir a ser
simplesmente consagrado
como um cara legal, tranquilo
O nada, a terra arrasada
o passar de perna da realidade
À margem do complô dos incomodados
do olho grande
do pacto camuflado dos gente fina
(Tudo isso é besteira.)
Depois da crise,
o Havaí
Pelo menos por três dias.
O Havaí é aqui, no Bairro Peixoto
É o Arpoador, é o Posto Seis, é o Leme
Contra a mente estressada
e o fantasma de voltar a trabalhar
no que me assassina, no que me faz mal.
Normal.
Sou um cara como qualquer outro
que acorda às sete e reza pra chegar a sexta
Um bom filho da puta anormal, eu sei
Três dias de Havaí
depois da crise.
É o mínimo que eu preciso
para realizar as mudanças
que a vida quer pra seguir adiante
Três dias de Havaí
Andar na areia, mergulhar no mar
às três da tarde
Nenhum compromisso de horário
Três dias de Havaí
Apesar da crise política
Do menino me pedindo 10 centavos
Da pressão da sociedade
Da onda negra
Da mulher do lado falando dos problemas familiares
Três dias de Havaí
Isso é tudo o que eu preciso
Agora.
- Acorda, vagabundo!
Sou vagabundo não
Quero só fumar meu negocinho
Ir à praia e pensar
E pensar
(e pensar)
E fazer o que sei fazer
Sem pretensão, sem arrogância
Com prazer e sofrendo muito
Não há outra escolha
Três dias de Havaí
E uma cerveja
É tudo o que eu preciso.

4 comentários:

  1. Muito bom... O Havaí é aqui... e aí também... Kibon, né Compadre? Três dias... Hummm... Fico com os meus 5 na Mole, depois trabalho... É o meu refúgio, aqui em Floripa :-) Aquele abraço

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