segunda-feira, 15 de março de 2010

Mea culpa de Nick

Há poucas semanas expus aqui uma pequena teoria do escritor Nick Hornby que dizia respeito à superioridade da literatura, como numa luta de boxe, sobre qualquer outra forma de arte. Mas a ideia foi rapidinho desbancada pelo próprio autor:


“Mês passado falei bastante sobre como os livros eram melhores do que qualquer coisa – como um livro decente ganharia de qualquer coisa, qualquer filme, pintura ou música com que nos déssemos ao trabalho de comparar. (...). Li quatro livros muito bons este mês, só que, mesmo assim, meus destaques culturais das últimas quatro semanas não foram literários. Fui a duas exposições maravilhosas na Royal Academy; vi Reyes marcar seu primeiro gol pelo Arsenal contra o Chelsea; e alguém me enviou um drible da mais alta qualidade marcado pelo Springsteen, um show de 1975, e um cover de 'I want you'. Como eu disse, adorei os livros que li este mês, mas quando Reyes fez aquela bola tocar no fundo da rede, subi pelos ares. Bem, [o livro de] Patrick Hamilton não me fez sequer mover os pés. Fiquei sentado grande parte do tempo. Então voltemos às vacas frias. Livros: muito bom, mas não tão bom quanto as outras coisas, tipo gols ou dribles.”
(Nick Hornby, Frenesi Polissilábico, p. 69-70)

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